O evento
‘O pai lia o jornal — notícias do mundo. O telefone tocou tirrim-tirrim. A mocinha,
filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: ‘Alô. Dois
quatro sete um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que
você andou? Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu! Diz!
Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem ou mulher? Ah! Que
bom!... Vem logo. Não vou sair não’. Desligou o telefone. O pai perguntou:
‘Mauro teve um filho?’ A mocinha respondeu: Não. Casou’.”
Moral: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO
ANTIGAMENTE.
Millôr Fernandes