quinta-feira, 8 de julho de 2010

Crianças com HIV na escola


Diante das estatísticas que apontam o crescente número de crianças e adolescentes contaminadas pelo HIV, qual deve ser a postura de um educador em sala de aula? Para alguns esse tema tem sido uma barreira que os impede de cumprir seu papel formador na vida de seus alunos.

As maiores dificuldades se relacionam a não se saber lidar com questões do cotidiano. Há um despreparo quando alguém se depara com algum ferimento , tombo, mordida ou até beijos e afagos quando se tem uma criança contaminada envolvida. É preciso ressaltar que só há contaminação com o vírus por meio de sangue, secreções vaginais e sêmen. Por tanto, as crianças não correm risco algum ao brincar, abraçar, beijar, trocar objetos, compartilhar piscinas ou chuveiros, nem ao terem contato com lágrimas de crianças soropositivas.

A criança soropositiva pode muitas vezes se sentir isolada, conviver com a solidão desde muito cedo em sua vida; este diagnóstico pode trazes consequencias negativas para o seu desenvolvimento. Vygotsky fala em "zona de desenvolvimento proximal" que é o desenvolvimento intermediado por uma criança mais velha ou por um adulto, o que faz com que uma criança menos experiente evolua cognitivamente por meio deste contato. Mas essa relação relação certamente será deficiente se for vivida em um ambiente permeado pela exclusão e pelo preconceito.

A desvalorização do sujeito, nesses casos, traz consigo os sentimentos de vergonha, medo e depressão. As crianças soropositivas são estigmatizadas e estabelecem a ligação entre esses sentimentos e suas relações interpessoais em sala de aula. Em Wallon encontramos uma proposta humanizadora para a educação, na qual o educador vê seus alunos além dos estigmas sociais.

Antes de olhar para o outro, o professor deve olhar para si mesmo como parte importante do processo de desenvolvimento de um ser humano que tem necessidades intelectuais e, sobretudo, emocionais.


(Paula Marina)

Nenhum comentário:

Postar um comentário