sábado, 30 de outubro de 2010

Um poema de Hilda Hilst

Ávidos de ter, homens e mulheres caminham pelas ruas.


As amigas sonâmbulas, invadidas de um novo a mais querer,


Se debruçam banais, sobre as vitrines curvas.


Uma pergunta brusca, enquanto tu caminhas pelas ruas.



Te pergunto: E a entranha?


De ti mesma, de um poder que te foi dado


Alguma coisa clara se fez? Ou porque tudo se perdeu


É que procuras nas vitrines curvas, tu mesma,


Possuída de sonho, tu mesma infinita, maga,


Tua aventura de ser, tão esquecida?


Por que não tentas esse poço de dentro


O incomensurável, um passeio veemente pela vida?


Teu outro rosto. Único. Primeiro. E encantada


De ter teu rosto verdadeiro, desejarias nada.

3 comentários:

  1. Compras, futilidades escondem a alma.

    Bom final de semana, boa votação.
    e o novo texto do meu blog, chama-se:
    'Sonhos são como bola de sabão'. Leia:
    www.iandeee.blogspot.com

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  2. Muy bella la poesia.
    un placer pasar a leerte.
    que tengas un feliz fin de semana.
    un abrazo.

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  3. um comentario de cadena
    o apice se encontra,quando o amor nao se ve,quando a historia nao combina,quando o espelho te domina,quando o suor tem cheiro de mamao,quando a vida parece um pao e quando o pao esta na sua mao

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